Tatiana Carvalho
Devido à pandemia de coronavírus, muitos países tiveram que mudar suas rotinas e se adaptar à nova situação de isolamento social. Com isso, as escolas e universidades tiveram que cancelar as aulas presenciais e começar a passar os conteúdos de maneira on-line.
Apesar de os jovens já estarem acostumados a lidar com a internet no seu cotidiano, ter aulas por meio de uma plataforma digital é algo novo e que afetou a vida de diversos estudantes. “Um motivo que torna isso negativo para mim é que eu não tenho o mesmo foco, quando eu estou na aula presencial eu consigo focar muito mais no que está sendo passado e falado. Em casa não, qualquer coisa eu me distraio”, disse Richel Piva, aluno de jornalismo.
No entanto, embora seja algo inédito, o estudante Paulo Ricci, aluno de história, afirmou que esse método de estudo online está sendo algo positivo, pois é cômodo assistir às aulas de casa, há uma maior segurança e economia, por não haver a necessidade de se deslocar para o ambiente de ensino e, ao usar fones de ouvido para escutar o que está sendo passado, existe uma maior inserção na disciplina.
A coordenadora de EAD da ESPM, Cristina Valiukena, conta sobre algumas dificuldades enfrentadas ao adotar a educação à distância, mesmo na ESPM que já tem toda uma estrutura para isso. “Nem todos os docentes tinham experiência no emprego desta tecnologia para a transmissão das aulas ao vivo e para esses professores foi disponibilizado um programa, abrangendo o conhecimento necessário para a utilização de práticas pedagógicas apropriadas para uma aula por vídeo conferência”. Ela também destacou a sensibilização feita com os pais e alunos para os manter informados sobre o cumprimento do calendário acadêmico.
A coordenadora acredita que esse momento servirá para que pais, estudantes e professores descubram que a educação via plataformas online evoluiu e a tecnologia atual está a serviço da educação, já que existem diversos recursos, inclusive que permitem interação em tempo real.
“Eu confio muito na modalidade híbrida (blended learning). Isso significa que será uma mistura entre parte presencial e parte à distância e algo que, dentro do curso de Tech, já vivenciamos há mais de um ano por meio de uma disciplina chamada Networking (Infraestrutura), contando com duas horas/aula presenciais e duas horas/aula à distância”, afirma o coordenador do curso de Tech da ESPM, Flávio Azevedo. Ele também ressalta que, a partir desse ano, todos os cursos da universidade já utilizam o modelo híbrido, com o Life Lab, programa que possui 25% do curso em formato presencial e 75% à distância.
Flávio afirma ainda que esse método tem muitas vantagens, como o fato de poder ser assistido em qualquer lugar e do aluno poder ver e ouvir o professor, mas não precisar expor seu áudio ou câmera. No entanto, ele alerta que é necessário estar sempre inovando a maneira de passar conteúdo nesse formato, pois se houver a insistência em algo fixo, isso acabará se tornando maçante para quem participa.