Projetos de alunos ampliam conceitos de mídias locais e regionais

Conectar as características do jornalismo hiperlocal, local e regional às potencialidades da mídia global e das redes sociais. Esse tem sido o desafio enfrentado pelos alunos do 7º semestre do curso de jornalismo da ESPM. Já próximos da formatura, muitos já em estágios e alguns até próximos da efetivação no mercado, eles desenvolvem esses conceitos em projetos da disciplina “Cenários Midiáticos Locais e Regionais”.

Um dos principais objetivos da disciplina é entender o fenômeno das mídias locais e regionais historicamente e no contexto atual, começando pelas suas dificuldades de sustentação –tornaram-se conhecidos os “desertos de notícias”, cidades ou regiões sem coberturas jornalísticas. Mas os alunos também descobrem surpreendentes oportunidades de mercado. “Ao mesmo tempo em que estudam como a proximidade impacta um projeto jornalístico, descobrem nichos para produtos baseados na prestação de serviço local e regional”, diz o jornalista Ricardo Gandour, professor responsável pela disciplina. “Falar em cobertura comunitária e hiperlocal tendo como pano de fundo o poder globalizante das redes sociais é fascinante e gera oportunidades reveladoras”, completa. 

Os projetos são divididos em duas partes. A primeira, conceitual e de pesquisa, em que são delineados os objetivos do produto e é feita a análise de eventuais concorrentes (players já existentes), para se ter mais nítida a oportunidade de mercado. “Nesse levantamento é impressionante como aparecem interessantes veículos hiperlocais e locais”, comenta o professor. Essa fase também inclui uma enquete com potenciais leitores / usuários, que ajudam a caracterizar e decidir os públicos-alvo. Na segunda parte, prática, os alunos desenvolvem o protótipo, logomarca, opções estéticas, provas de página ou de posts, bem como a confecção de um protótipo –que pode ser um piloto gravado, por exemplo, no caso de um podcast. Nas últimas semanas da disciplina, cada grupo de alunos apresenta seu projeto para o restante da classe. “É incrível como muitos deles configuram oportunidades reais de mercado, e podem e devem ser efetivamente lançados”, afirma Gandour.
A seguir, uma amostra de projetos desenvolvidos no segundo semestre de 2020, com suas fichas técnicas respectivas:

Nome do Projeto: Campo de Terra. Formato: rádio web. Objetivo: proporcionar uma experiência alternativa de transmissão esportiva, dando visibilidade ao futebol de várzea. Público-alvo: amantes da transmissão esportiva, em especial os jovens. Criação e desenvolvimento dos alunos: Aline Chalet, Sofia Nunes, Tiago Tiezzi

Nome do Projeto: Muda Zona Sul. Formato: perfil no Instagram (@mudazonasul). Objetivo: promover a sustentabilidade e a educação ambiental na Zona Sul da cidade de São Paulo. Público-alvo: moradores e frequentadores da Zona Sul. Criação e desenvolvimento das alunas: Barbara Fava e Martina Gutierrez

Nome do Projeto: EconoMinaz. Formato: perfil no Instagram (@econominaz). Objetivo: projeto hiperlocal de prestação de serviços de orientação. Público-alvo: empreendedoras da comunidade de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo. Criação e desenvolvimento das alunas: Sara Santana e Yasmin Marcondes.

Nome do Projeto: Você na Paulista. Formato: perfil no Instagram (@vcnapaulista). Objetivo: prestação de serviço na área cultural na região da Avenida Paulista (SP). Público-alvo: quem trabalha, circula ou visita a região. Criação e desenvolvimento das alunas: Eduarda Farias, Mariana Iuata, Wivyane Leiso

Nome do Projeto: Descomplicadecor. Formato: revista física e digital. Objetivo: projeto hiperlocal para prestar serviços para quem mora no Jardim Paulista (SP) sobre arquitetura e decoração. Público-alvo: moradores e frequentadores do bairro. Criação e desenvolvimento das alunas: Giovanna Dagios e Heloísa Sabbatini