ESPM Ahead debate a cobertura jornalística nas eleições de 2022

A mesa contou com dois convidados: Bruno Boghossian, jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Ciência Política pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e colunista de política do jornal Folha de S.Paulo, e Bruna Lima, recém-formada em Jornalismo pela ESPM-Rio, que trabalhou na Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

A apresentação, mediada pela aluna e repórter da ESPM-Rio Bruna Bittar, contou com uma série de questionamentos sobre a forma em que o jornalismo será realizado durante as eleições. Segundo Bruna Lima, o trabalho jornalístico será essencial, uma vez que o cenário, assim como em 2018, é de muito ódio e polarização. Assim, ela sente que seu papel para a democracia tem sido muito importante, principalmente diante dessa onda de ódio voltada para a mídia, porque, para ela, o “nosso trabalho não é agradar políticos”.

Bruno Boghossian respondeu sobre o impacto da pesquisa de intenção de votos para um jornalista. “A pesquisa acaba sendo um radar da força que cada candidato apresenta para o jornal. Sabe-se o tamanho das bancadas, a base das pesquisas de intenção de voto consegue ver vantagens e desvantagens do candidato, como está a situação do país, a diferença entre as rendas e consegue entender o porquê das propostas de cada campanha”. Além disso, o colunista argumentou que as pesquisas funcionam apenas como um norte, tendo em vista que a opinião das pessoas muda conforme o tempo e muitas decidem apenas na semana – ou até mesmo no momento – da votação.

Bruna, que irá cobrir uma eleição pela primeira vez, disse que terá que ter muita cautela para enfrentar esse ambiente hostil, enquanto Boghossian, com mais experiência, afirmou que não importa quantas eleições um jornalista tenha coberto, todas são desafiadoras. Segundo ele, “nessa campanha será o volume de informação e desinformação circulando”. Por isso, Bruno completou que “é importante estarmos em todo lugar, não só na Folha de S.Paulo ou na Globo. O jornalismo sério precisa estar em todos os lugares. É uma forma de competir com blogs de fake news e com o sensacionalismo”.