Regionalidade como tema da 17ª edição do troféu Mulher Imprensa

A ESPM-SP sediou em meados de maio o lançamento da 17ª edição do troféu Mulher Imprensa. Realizado ao vivo no estúdio de gravação da faculdade, o evento teve como tema “A importância da regionalidade na multiplicação das vozes”, e trouxe discussões sobre direitos humanos, diversidade e questões como a cobertura do jornalismo territorial, o respeito e a importância do jornalismo regional. 

Neste ano, cada categoria do prêmio visa homenagear comunicadoras brasileiras que tiveram destaque na relação com o público da sua região. O evento de lançamento teve como mediador o professor da ESPM-SP e jornalista Ricardo Gandour, com participação da jornalista Nina Wingrill, co-fundadora da Énois, da jornalista Marima Correia, coordenadora regional do projeto Atlas de Notícias (Projor), e de Jéssica Moreira, diretora e co-fundadora do Nós, Mulheres da Periferia.

Jéssica Moreira, do Nós Mulheres da Periferia, foi a primeira a falar sobre o assunto no debate. Com toda a sua trajetória, ela afirma: “Nas comunidades eclesiais de base, grupos de rap e grupos de repente, temos muitos outros veículos de comunicação que não necessariamente usam o jornalismo formal como ferramenta, e nós estamos abraçando esses desafios. Muitas vezes não somos vistos na mídia e na imprensa”. 

A jornalista Nina Wingrill, da Énois, abordou o viés do consumo de informação e como as comunidades o recebem. “Uma visão que a gente tem sobre o jornalismo no Brasil muitas vezes vem com uma discussão muito encaixotada, querendo colocar o jornalismo dentro de uma caixinha, de um quadrado”, afirmou. “Como a gente está olhando para outras iniciativas que, em teoria não se enquadram no jornalismo, mas estão fazendo um trabalho muito importante de informar as suas comunidades?”. 

A terceira entrevistada do bate-papo foi a jornalista Mariama Correa do Projor, para quem “iniciativas como a do prêmio ajudam a construir um diálogo entre do jornalismo a partir de seus territórios”. Para ela, ações assim “desafiam um pouco a concentração da mídia”. 

Ricardo Gardour, mediador do debate, destacou todas as contribuições que iniciativas como as apresentadas pelas jornalistas oferecem para a sociedade como um todo. Ele ratificou ainda a importância da luta pela igualdade de gênero e levantou a discussão sobre os avanços já conquistados nesse âmbito. 

A premiação de 2023 tem como apoio as instituições: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O patrocínio é da Bayer. 

Conheça também...